segunda-feira, 10 de setembro de 2012

CRÔNICAS DE UM SER ERRANTE!




Acordo sem respirar, sem conseguir me lembrar de nada, só lembra-me da dor e do rancor que sinto sem motivo aparente, o medo é um estado eminente e constante. Sigo avante olhando para os lados procurando comuns, mas só ouço gritos e mais gritos, pedindo misericórdia, mas pedindo para quem? Alias tenho consciência apenas que estou acordado, mas perdi minha noção de individualidade, não sei que eu sou na verdade, só dor, talvez eu seja só a dor manifestada.

Odor fétido e pútrido que respiro em meio a poças avermelhadas e paradas, minhas vestimentas rasgadas e grudadas a pele que é tão fria quanto o clima, ao olhar para cima observo o tempo nublado o céu rasgado por raios, mas o barulho não vem apenas o clarão que só faz minha vista arder, não posso correr, pois força já não tenho e mesmo se tivesse correr para onde em qual direção, apenas caminho e me deixo absorver na escuridão.

Solidão que encontro ao mesmo tempo me preenche nesse vazio de razão, pelo menos algo deve ter sentido nesse cenário sem nexo, deve ter, não é possível que não tenha, mas o que é possível agora nesse contexto que é a impossibilidade da razão, manifestação da dor, complemento da escuridão.

Tento gritar, para atrair alguém, caso tenha sucesso, provavelmente vou atrair alguém hostil, mas quem sabe assim ele acabe com tudo de uma vez, mas como acabar o que parece estar começando... Sigo entrelaçando os passos ao passo de que tudo fica cada vez mais confuso, como minha visão agora turva como a água lamacenta que me aproximo no fim de minhas forças, para saciar a sede, para saciar minha manifestação da dor nessa escuridão que complemento, apaga novamente e dessa vez me complementa ao tempo...
por: FUNDODAMENTE

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