O tempo mero capricho, mero luxo ao qual me dava para controlar em ciclos minha vaga existência, reclamava quando não passava e quando era depressa demais, agora simplesmente não existe mais, os ponteiros retrocedem assim como minha sanidade a passos lentos, tento encaixar os momentos para enquadrar em algum cenário,tanto trágico quanto hilário.
A sensação do nada tão
inexistente se faz tão presente, peças do subconsciente? Não acredito, estarei
sob efeito de alucinógenos, alguma substância que levou a essa distância de
percepção, será essa a viagem sem volta, será que estou nesse exato momento em
algum beco escuro misturado aos dejetos da cidade, será essa a verdade?
Saudade de algo que eu não me lembro bem, que já parece muito além do
que eu possa lembrar, só sei que quero chorar para aliviar esse calor infernal
interno, mas as lágrimas são refrigério que não posso produzir, a dor sempre a
me seduzir me fazendo introduzir na loucura dos risos desconexos, da gargalhada
sem motivo, ou melhor motivadas pelas lágrimas não derramadas.
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